Acrílica sobre tela 100 x 70 cm
Acervo particular
Essa pintura consegue expressar a força que a temática possui, através do cubismo, usando traços de maneira limpa e cores que apesar de aparentemente puras, são na verdade, várias gamas cromáticas para conseguir tal efeito, numa espécie de colorido neutro, onde os amarelos, misturados as sombras, são equilibrados com os tons de branco, os verdes do lagarto-dragão com suas texturas construindo um degradê. Que também é resultado de um desdobramento estético de metamorfose desta figura que identifica as (formas) picassianas, num movimento de fúria e dor. Esta obra pode lembrar os mosaicos romanos, num diálogo entre a herança greco-romana, através da escultura e pintura do mundo antigo. Atravessando o périodo medieval, onde a figura de Jorge é exaltada, algo que vinha contribuir com a imagem de mártir cristão que Igreja propunha em seu discurso. Era, sobretudo, uma forma de dogmatização, que sendo incorporada as culturas subjugadas na américa latina, no caso, do Brasil, se endossa um sincretismo religioso, entre o universo afro-descendente e o catolicismo.
Além disso, a força mítica que o personagem esala nas suas diversas manifestações por todo o mundo, torna ainda mais problematizador esta arte, devido as lendas suscitadas pela história do cavaleiro Jorge, um soldado romano nascido em Capadócia que teria vivido por volta de 275 dc. que se rebelou contra o império que ajudou a construir, questionando as atrocidades exercidas contra os primeiros cristãos.
Portanto, o interesse do artista Assis Costa em representar com seus matizes culturais, estes icones de Francisco de Assis, São Jorge e Dom Quixote, é problematizar o seu próprio trabalho, tecendo dialogos entre estas figuras, relacionado neste sentido a uma mística e lúdica visão de mundo, com os sentimentos de heroísmo, coragem e esperança que permeiam tais histórias.
Ilka Pimenta
19 de maio de 2012.
Acervo particular
Essa pintura consegue expressar a força que a temática possui, através do cubismo, usando traços de maneira limpa e cores que apesar de aparentemente puras, são na verdade, várias gamas cromáticas para conseguir tal efeito, numa espécie de colorido neutro, onde os amarelos, misturados as sombras, são equilibrados com os tons de branco, os verdes do lagarto-dragão com suas texturas construindo um degradê. Que também é resultado de um desdobramento estético de metamorfose desta figura que identifica as (formas) picassianas, num movimento de fúria e dor. Esta obra pode lembrar os mosaicos romanos, num diálogo entre a herança greco-romana, através da escultura e pintura do mundo antigo. Atravessando o périodo medieval, onde a figura de Jorge é exaltada, algo que vinha contribuir com a imagem de mártir cristão que Igreja propunha em seu discurso. Era, sobretudo, uma forma de dogmatização, que sendo incorporada as culturas subjugadas na américa latina, no caso, do Brasil, se endossa um sincretismo religioso, entre o universo afro-descendente e o catolicismo.
Além disso, a força mítica que o personagem esala nas suas diversas manifestações por todo o mundo, torna ainda mais problematizador esta arte, devido as lendas suscitadas pela história do cavaleiro Jorge, um soldado romano nascido em Capadócia que teria vivido por volta de 275 dc. que se rebelou contra o império que ajudou a construir, questionando as atrocidades exercidas contra os primeiros cristãos.
Portanto, o interesse do artista Assis Costa em representar com seus matizes culturais, estes icones de Francisco de Assis, São Jorge e Dom Quixote, é problematizar o seu próprio trabalho, tecendo dialogos entre estas figuras, relacionado neste sentido a uma mística e lúdica visão de mundo, com os sentimentos de heroísmo, coragem e esperança que permeiam tais histórias.
Ilka Pimenta
19 de maio de 2012.