Entre
amigos germinou a idéia: experimentação. Entre taças e traços eis que surgiram imagens que revelam as andanças de Dom
Quixote e seu fiel companheiro Sancho Pança. Neste sentido, vislumbra-se nessa
exposição uma arte que busca além da técnica, uma conversa com a imaginação.
O
artista plástico Assis Costa, parte do imaginário literário de Cervantes e o
transcende através da pintura, utilizando o vinho como recurso pictórico, este
que é um símbolo cultural, presente na humanidade desde as primeiras
civilizações, orbitando o universo dicotômico, da vida e/da morte, do sagrado
e/do profano, matéria prima eterna ou efêmera? Não podemos ter certezas, pois o
que realmente importa é que a arte não possui o compromisso com a durabilidade,
embora muitos crêem que sim, mas com a expressão sincera do artista. Com isso,
a sua arte multifacetada nos leva ao encontro de Dom Quixote e seu mundo, entre
tons fluidos, diluídos pelo papel dirigidos pelas mãos hábeis do artista,
constrói histórias singulares, dignifica cada personagem, possibilitando um
novo olhar que caminha por estradas da Europa ao Sertão. Narra os desejos, o
amor, a loucura do homem, sintetizadas na figura lúdica de Dom Quixote e sua
trupe fantástica.
Assis
Costa como primeiro expectador de sua obra, investiga, critica, re-constrói e
nesse metier nos convida a refletir o sentido da vida, o que vale realmente
existir e insistir. Logo, pensar na arte é ter a oportunidade de perceber o
mundo com sensibilidade, pois ao provocarmos nossa percepção (re) dimensionamos
o mundo para um estado de “insanidade” precisa, porque o mundo necessita dos
ditos loucos que façam da arte o seu caminho.
Ilka
Pimenta
Graduada
em História –UFRN.
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